O crescimento de toda a indústria de jogos online, mas também de dispositivos móveis – com especial foco nos celulares -, não está só impactando a forma como investimos nosso tempo, mas também o jeito com socializamos e aprendemos. Sobretudo com uma especial afluência em relação ao público mais jovem, as maiores produtoras e construtoras de tecnologia e jogos estão lucrando cada vez mais, a que custo da saúde mental e crescimento social/ profissional de nossos jovens? Caso tenha nascido nos anos 90 para cima, o mais natural é que seu contacto diário com a tecnologia se tenha iniciado em uma fase muito precoce de sua vida. Quer seja por meios de videogames, celulares, redes sociais ou até aplicativos para todos os gostos, a verdade é que essas novas gerações só conheceram uma realidade: a presença de tecnologia e de dispositivos em quase todas as tarefas diárias. Porém, se existe um óbvio facilitismo em muitas tarefas que fazemos graças às novas tecnologias e a todos esses avanços, será que tal facilitismo acaba contribuindo para o desenvolvimento de nossos jovens para uma idade adulta onde sentimentos como a frustração, expetativas desfraldadas e até mesmo derrotas serão bem aceites e ultrapassadas? Será que estamos permitindo que as novas gerações estejam tendo um contato muito prolongado com jogos, aplicativos ou redes sociais?
Nunca se investiu tanto tempo “colado” nos dispositivos eletrônicos
Mesmo sem a confirmação de vários estudos, chegar à conclusão que nossa dependência e horas de consumo em dispositivos eletrônicos nunca foi tão grande como nesse momento. Em média, quase metade dos jovens portugueses investe pelo menos 2 horas de seu dia nas redes sociais (não tendo em conta as horas que se investem também nos jogos online). Logo, esse período recorrente nos faz levantar uma questão: o que as gerações anteriores faziam com essas 2 horas a mais, que nesse momento as redes sociais retiram dos nossos jovens? Ora, toda essa questão levanta os seguintes pontos, face à realidade que as pessoas anteriores à década de 90 não enfrentavam:
- Pressão social para estar nas redes sociais – atualmente nossos jovens se sentem pressionados para não ficarem à parte de seu grupo de amigos ou familiares, aderindo às redes sociais ou a vários jogos.
- Constante motivo de comparação e autoavaliação – estar constantemente comparando a vida de outra pessoa é uma componente quase inevitável. Toda essa questão poderá provocar sérios riscos de problemas de autoestima ou ansiedade.
- Menor socialização e interação – caso se invista mais tempo jogando ou estando no celular, é natural que sua capacidade de socialização e comunicação acabem sofrendo com o tempo. Claramente essa falha poderá ser muito prejudicial já na fase adulta, principalmente em termos de expressividade e obtenção dos resultados pretendidos.
- Processo de crescimento e aprendizado mais lento – ao estar investindo mais tempo em jogos ou nas redes sociais, todo o processo evolução de caráter e de crescimento será naturalmente mais lento, o que poderá levar, novamente, a momento de frustração e ansiedade.
Perigos de desenvolvimento de viciação em jogos ou redes sociais
Tal como foi avaliado e concluído por profissionais de saúde do Hospital Santa Mónica, no Brasil, é importante os educadores de nossos jovens estarem muito alerta para questões de viciação ou de comportamentos pouco moderados em relação às redes socias ou jogos online. Sem dúvida alguma que, no processo de crescimento de um jovem, os pais não deverão negligenciar os seguintes pontos. Caso contrário, o correto e feliz desenvolvimento de um jovem poderá danificar as bases de uma vida adulta feliz e realizada.
• Aumento da solidão ou do autoisolamento
Um claro sinal de que um jovem poderá evoluindo para um vício é quando este tem a tendência para se isolar do mundo que o rodeia. Com certeza que qualquer o tempo de jogo diário poderá ser também uma excelente forma de perceber se esse hábito está sendo saudável ou não. É importante tentar regularizar o tempo que é investido em jogos ou redes sociais, de forma a que uma relação saudável permaneça sempre, mesmo que os riscos continuem presentes.
• A presença de cyberbullying
Muitas vezes negligenciado, é crucial qualquer educador, amigo ou familiar prestar auxílio e ajudar pessoas que possam estar enfrentando humilhações ou ameaças online. Sem dúvida que as presenças nas redes sociais podem levar a esse tipo de comportamentos, pelo que um acompanhamento próximo da vítima para ajudar a combater sentimentos que estão ligados ao bullying, como é o caso da autoestima, depressão ou outro tipo de comportamentos autodestrutivos.
• Baixa autoestima ou sentimentos de depressão
Em uma época em que estamos constantemente em modo comparativo com alguém que está publicando fotos comendo em restaurantes ou durante suas férias, é importante ter um relacionamento saudável com todas essas “provocações” do mundo das redes sociais. Evitar se comparar com os outros é o melhor remédio, percebendo qual é o seu valor e traçando objetivos para alcançar o que tanto sonha e ambiciona.