Como o novo mercado de trabalho afetará nossa qualidade de vida?

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A evolução da forma como trabalhamos e progredimos em nossa carreira está se transformando constantemente. Se há poucas décadas o ideal seria iniciar em uma empresa e subir nos quadros dessa empresa durante muitos anos, atualmente o mercado de trabalho não é bem assim, principalmente em postos de trabalho privados. Ora, com uma carreira profissional mais precária, que envolve a necessidade de se estar constantemente reinventando, até que ponto a constante mudança e incerteza desse novo mercado de trabalho faz com que os profissionais consigam se manter sãos, ao mesmo tempo que estabelecem relações pessoais, familiares e até profissionais? Com certeza essa mudança recente do contexto de carreira profissional deverá ser bem analisada em termos psicológicos, pois ao invés da estabilidade, cada vez mais os novos profissionais se deparam em situações de incerteza e alto risco. Porém, será que, indo além dos aspetos negativos, também existem componentes positivas com toda essa precariedade?

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Ansiedade, incerteza e instabilidade estão afetando os profissionais

Muito mais do que apenas o contexto financeiro atual, o fato é que cada vez mais empresas estão dando preferência à contratação de estagiários temporários ou até mesmo a freelancers. Ou seja, profissionais “livres” que não têm qualquer tipo de vínculo com essa empresa, apenas trabalhando por tarefas. Ora essas medidas fazem não só com que as empresas não tenham que pagar benefícios de saúde ou de refeições, como também não necessitam de assinar contratos a longo termo, que acabando entregando maior responsabilidade para essa mesma empresa. Porém, como ficam os trabalhadores com esse novo posicionamento empresarial. Esses são os seguintes pontos que deverão ser tidos em conta, devido a essas mudanças:

  1. Menores benefícios básicos – como já explicado, os profissionais precários ou em regime de freelancing geralmente não têm benefícios de saúde ou subsídios para refeições, como acontecia com profissionais com contrato.
  2. Sem contrato, aumentando a instabilidade – caso você não saiba se irá ter trabalho no próximo mês, fica evidente que sua saúde mental e pressão social estarão a níveis muito elevados e até preocupantes.
  3. Precariedade financeira e social – quando o trabalho não é certo, diferentes aspetos da vida quotidiana acabam sofrendo. Problemas financeiros e maior estresse familiar e social são algumas das consequências mais comuns para esses casos.
  4. Regressão para sentimentos negativos e depressivos – naturalmente, tendo seguimento os pontos anteriores, é uma constante existirem profissionais, nesse novo ambiente de mercado de trabalho, que acabam desenvolvendo uma postura negativa para os diferentes aspetos de sua vida.
  5. Misturar o local do trabalho com sua casa – claramente esse foi um problema que se levantou nesse último ano. Até que ponto estar em teletrabalho com filhos e familiares ao lado é positivo para um profissional que está pressionado para entregar os melhores resultados possíveis para as empresas?

Esse novo mercado de trabalho poderá nos afetar positivamente?

Com certeza que essa é uma das questões que psicólogos, Governos, Sindicatos, empresários e trabalhadores se estão colocando. Tendo uma perspetiva de um mercado livre, o fato das empresas estarem buscando por essas alternativas, significa que elas são mais produtivas e rentáveis para essas mesmas empresas. Caso tal aconteça, os trabalhadores, mesmo de forma precária, poderão ter condições para exigirem mais dinheiro para trabalharem. Contudo, as consequências psicológicas perante um trabalhador que vive constantemente na incerteza é que ainda são muito recentes, visto que esse mercado de trabalho está em uma constante evolução. Tal como se percebeu, o fato de um trabalhador não ter contrato poderá criar sentimentos negativos, como estresse, ansiedade ou frustração. Por outro lado, a maior liberdade desse profissional poderá fazer com que ele possa beneficiar dos seguintes pontos a considerar:

  • Mais tempo para estar em família – em muitos casos, trabalhadores sem contrato fixo poderão ditar seus horários de trabalho. Ou seja, terão maior liberdade para escolher quando trabalharem ou não. Tal poderá ser uma chance para estabelecer relações mais próximas.
  • Maior rentabilidade, caso exista demanda – se é um profissional muito procurado, o fato de não estar preso a um contrato poderá fazer com que você até consiga ter um vencimento mais elevado, revertendo uma situação de instabilidade para algo positivo.
  • Será você a ditar seus custos – ao invés de decidirem quanto seu tempo ou trabalho vale, será você a tomar essa decisão. Ora, nesses casos, você claramente poderá desenvolver sentimentos positivos e de encorajamento, pois sentirá que seu trabalho estará sendo valorizado.

Mercado de trabalho irá nos afetar, mas será para melhor ou pior?

É importante notar que essa transformação constante do mercado de trabalho sempre se verificou, umas vezes de forma mais acelerada ou outras mais lentamente. No entanto, ao invés de se mergulhar em circunstâncias mais negativas, a precariedade poderá abrir novas portas, levando a que sua autoestima e valorização aumentem consideravelmente. No entanto, principalmente em setores em que trabalhar sem contrato não é só desgastante como frustrante, um apoio psicológico, bem como acompanhamento social e auxílios financeiros, poderão ser formas de combater o desenvolvimento de sentimentos negativos. Sem dúvida que essa transformação está exigindo o máximo dos profissionais.